quinta-feira, 9 de abril de 2009

2º Sessão - Notas explicativas do projecto "Cidade com identidade" - parte1


Paisagem Sintética


Actualmente, a paisagem tornou-se um termo ambíguo. Tendo acompanhado todo o desenvolvimento da modernidade, o conceito de paisagem está hoje em plena transformação, reequacionando nesse processo os seus fundamentos e objectivos. De facto, a paisagem já não pode remeter como antes para uma imagem idílica da natureza ou para uma representação visual de uma realidade estável.

Pelo contrário, são os fenómenos estruturantes da modernização, manifestando-se inexoravelmente no território, que enquadram o entendimento actual da paisagem, englobando num mesmo plano as suas dimensões naturais, urbanas e históricas.

A paisagem torna-se essencialmente um reflexo directo do funcionamento das sociedades contemporâneas, assumindo-se como resultado da contínua acção humana sobre o território. A actividade projectiva da arquitectura exige não uma contemplação passiva desses fenómenos, mas um papel activo na paisagem contemporânea.

Podemos afirmar que passamos da ideia de paisagem como imagem estática de uma determinada realidade física para um conceito de paisagem como instrumento de percepção e actuação sobre o território. Na medida em que a percepção e o entendimento resultam de uma conexão, o desafio essencial é o projecto ‘’cidade com identidade’’, que recorre à manipulação das águas, plasticidade cerâmica e o indivíduo.

Uma forma de recriar movimento nas sequências da cidade para lá da visão objectiva, explora os efeitos de uma absorção instável, que é o centro da cidade, para um conjunto de experiências de dimensão contemplativa da observação.

A racionalização construída com base na significação, na compreensão dos factores que se pretende partilhar na cidade, identificarmo-nos com esses instantes vivenciados a que podemos chamar de tempos mortos.

O centro da cidade como equilíbrio da história com a aproximação do indivíduo e a partilha entre todos os que nesse processo intervêm que é o centro da cidade, e também nós nos identificarmos com esses instantes vivenciados.

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