quinta-feira, 9 de abril de 2009

2º Sessão - Notas explicativas do projecto "Cidade com identidade" - parte 2


Terra de Águas

Caldas da Rainha nasceu das águas e deu ao mundo o mais antigo dos hospitais termais. Das águas se fez e por elas se desenvolveu.

O homem sempre venerou a água na sua função de vida, meio de purificação e motor de desenvolvimento. Durante cinco séculos, foi um lugar que esteve ao serviço dos outros, dos que mais necessitavam de cura na doença e dos perseguidos de guerra, mantendo a sua característica fundamental de acolhimento dos mais desprotegidos.

Em oitocentos construiu a grande promessa de modernidade em volta da sua vila termal, que se fez cidade, porque se abriu a novos desafios de desenvolvimento.

No reencontro das origens, a cidade, pelas mãos dos cidadãos, abre-se ao conhecimento e à valorização do seu património que se quer autentico na sua expressão e utilidade secular.

Em 1927, Caldas da Rainha ganha estatuto de cidade, a população ronda os sete mil habitantes. Nascida entre as ‘’terras de Óbidos’’ e os ‘’coutos de Alcobaça’’, ganha estatuto de modernidade pelo seu desenvolvimento urbanístico e arquitectónico, pelas relações entre o passado e o futuro, pelo cuidar das relações interpessoais da melhoria da qualidade de vida, fazendo da cidade um ‘’tecido feito de volumes e vazios, edifícios, ruas, jardins, largos e praças’’, tornando Caldas da Rainha, a bela e viva cidade das águas.

A riqueza de um passado patrimonial cultural quer construído quer vivido pelas gentes no transcorrer da história tem servido como valorização de múltiplas valências nas raízes tão ricas desta terra de águas.

Águas, ‘’santas’’ para muitos, mas acima de tudo águas, e como dizia Aristóteles é ‘’a causa de todas as coisas’’.

Por tudo isto a cidade que hoje conhecemos, e onde vivemos é o resultado da evolução social, económica e cultural que, ao longo dos tempos sustentou o seu desenvolvimento.

A estrutura urbana organiza o habitat e dá conteúdo a espaços que, para além de serem espaços de viver são também espaços de emoções e de memórias.

A água enquanto fonte de vida, condição indispensável ao processo da geração dos seres vivos. A água assegura a moderação, a regularidade, refresca e alivia.

A água reveste-se de sabedoria, sendo massa visível e ao mesmo tempo transparência, o ser humano participa mais intensamente no universo que é parte integrante.

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